domingo, 8 de abril de 2007

AmArte

O Artista comovido perante a grandiosidade das Obras antigas
(Fussli)

Amo-te Arte, Deusa, Mãe, Mulher
que iluminas as trevas da humana mente.
Amo-te Arte e não sou sequer
digno de olhar teu rosto resplendente.

De rastos a teus pés sigo como um mendigo
a quem negaram o pão de uma bela pintura.
Debaixo do teu manto procuro um puro abrigo
onde ouça sinfonias quebrando a noite escura.

Arte... sê minha e faz-me teu, antes da sepultura.

Robert 9/4/07

9 comentários:

andorinha disse...

Já elogiei os seus poemas noutro blog :))))))))))))))))))))))))))))))

UM ABRAÇO

Trebor disse...

Querida Menina e Moça,
se elogiou, agradeço...
mas foi gentileza vossa,
pois decerto eu não mereço!

Obrigado!
Um beijinho
:)

Anónimo disse...

Robert(a) Tanta imaginação, tanta qualidade desperdiçada....
Os OC já têm cura!!
Não utilize a tragédia alheia para se aproximar de ninguém, mesmo que julge que é o caminho certo.. está a ofender quem perdeu literalmente um filho.

Trebor disse...

Dr. FREUD

(Excerto de um artigo na Net)

ENTRE A PSICANÁLISE E A ARTE

Helena K. Rosenfeld2
Instituto Sedes Sapientiae

Kon, N.M. Freud e seu duplo: reflexões entre psicanálise e arte. São Paulo, EDUSP/Fapesp, 1996.



"Mas tenho de lhe fazer uma confissão, que peço não divulgar seja com amigos, seja com inimigos. Importunei-me com a questão de como durante todos esses anos nunca procurei sua companhia e usufruí de uma conversa com o senhor (supondo que tal não lhe seria incômodo). A resposta é esta confissão extremamente íntima: penso que o evitei a partir de uma espécie de temor de encontrar meu duplo."

É assim que Freud escreve para o escritor Arthur Schnitzler, numa carta que se transformou no "umbigo" desta obra4 tão multifacetada. Da análise desta carta saem quase todos os temas e questões que o trabalho procura abordar, movimentando-se num espaço que se situa "entre" a psicanálise e a arte, e que já de início exclui a arte enquanto ilustração dos conceitos psicanalíticos, ou a psicanálise enquanto intérprete de obras de arte ou de artistas. Trata-se de mostrar como ambos os campos estão imbricados numa relação muito profunda e essencial, que vai além de meros encontros ocasionais.

Freud confessa que o escritor é seu duplo (o "estranhamente familiar"), mas essa afinidade causa-lhe temor e deve ser mantida em sigilo. Essa ambivalência básica de Freud será reencontrada, e brilhantemente mostrada pela autora, em outros aspectos da relação de Freud com a arte e com a sua própria obra.

Desde sua origem, a psicanálise entrecruza-se com a arte. Pelo menos é esta a posição da autora e que diverge da posição de alguns autores consagrados: a psicanálise não é apenas fruto do trabalho de um homem só, ela também está vinculada às questões de sua época, principalmente às idéias que transpiravam dos movimentos artísticos da Viena fin-de-siècle, que tinham como representantes artistas como o "duplo" Schnitzler, Klimt e Schoenberg. A assim chamada "modernidade vienense" caracterizou-se, entre outras coisas, por colocar em cheque a hegemonia da razão, por abrir espaço para o "interior", por pensar toda unidade como sendo feita de elementos heterogêneos conflitantes e por uma profunda busca das origens. As ressonâncias com o pensamento freudiano já se fazem ouvir.

Para Noemi, a psicanálise é fruto e matriz do pensamento moderno, fruto de idéias de intelectuais e artistas do século XIX e matriz de idéias do século XX. No entanto - e aqui, a ambivalência proximidade/distância retorna - , a pessoa Freud é incongruente com sua obra: apesar das afinidades com o moderno, ele tinha gostos conservadores e vivia isolado dos pensadores e artistas de sua época.

Assim, a relação de Freud com a arte e os artistas, bem como suas teorias psicanalíticas sobre a arte, são outros caminhos percorridos nesta obra. Em relação à arte e aos artistas, Freud tinha atitudes contrastantes, num duplo movimento de atração e repulsa, como aparece exemplarmente na carta para Schnitzler. Freud, de certa forma, "denigre" a arte ao colocá-la como fomentadora de ilusão, como correção de realidades insatisfatórias, ou do lado do sonho, do sintoma e do brincar da criança - e aqui, a autora nos mostra como suas concepções estéticas são reducionistas e defensivas. Para Freud, o artista que cria está num campo oposto ao do analista que busca descobrir as verdades soterradas.

Trebor disse...

Dr. Freud

Não confunda Arte com Realidade.

Aqui não uso tragédias alheias para qualquer fim.

Idealizei um perfil que atribuí ao personagem Robert a quem eu dou vida através de poemas. É verdade que Robert foi baseado em alguém apesar de remotamente conhecido.

Além do mais, Robert. do qual eu sou o reflexo e a palavra, disse q não perdeu um filho fisicamente, mas que se encontrou afastado ou ausente dele.

Note que grandes romances, poemas, pinturas, peças de teatro e outras formas de Arte foram baseadas na morte física ou abandono/ausência de alguém e nem por isso, pessoas q nessa época se encontravm nessas situaçóes criticaram os Artistas por reproduzirem na sua Obra situações trágicas reais.

Por exemplo, no Poema de Goethe "O Rei dos Álamos" (Erlkonig), musicado por Schubert, o Filho acaba por morrer nos braços do Pai, levado pelo "Rei dos Álamos". Pois não me parece q algum dos contemporâneos do Autor do Poema tivesse acusado o mesmo de se aproveitar das tragédias alheias para fazer Arte.

Os verdaddeiros Artistas não são Historiadores, por isso não pretendem descrever a Realidade como um conjunto de factos, mas interpretá-la à luz da beleza e da Sensibilidade. Isto a meu ver, que não sou dono da verdade como é natural.
Muitas vezes, a obra de Arte pode ser também uma catarse de uma vivência infeliz. Falar dela ou representá-la por qq meio pode ajudar o próprio Artista, ou ele pode pretender ajudar outros, que, ao lerem ou olharem para a sua Obra, se identifiquem de algum modo com a mesma.

Fico triste se se sentiu magoado com algo que tenha lido neste Blog, mas a intenção de modo algum foi magoar ninguém. Muito, mas mesmo muito, pelo contrário, acredite.

E aceite um abraço amigo.

Trebor disse...

E a partir de hoje passarei a assinar Trebor - o reflexo de Robert.

Anónimo disse...

E "Trebor" dixt.

Mas comparar o seu génio ao Goethe??Achar-se um "duplo" personagem com capacidades extra??
Ok! é um direito de qq.cidadão!
Até pq. ninguém é obrigado a lê-la, desculpe, a lê-lo, certo??

Um barço sem ambiguidade nem pretensão psicanalística

Anónimo disse...

...exactamente caro Sigmund!

No hard feelings...

Gutes Wochenende!

Anónimo disse...

"...La maison est pour ainsi dire un contre-univers ou un univers du contre."

Sempre se pode determinar o maior ou menor espaço que delimita o canto habitável e a maior ou menor folga que define a propriedade ou o empréstimo.
De vez em quando, o momento vem de justapor a essa desocupação uma implantação radical, isto é, de fazer coincidir o exercício tranquilo da disciplina com a fervorosa inquietação disseminada-a nitidez crua com a dissolvência tépida.
A poesia é um contra universo que empequena o exterior para o conter, transformando a dissolvência do horizonte em nitidez de proximidade e de apoio.